quinta-feira, 19 de março de 2009

Projeto Telecurso Comunidade

O principal problema das novas gerações das grandes cidades brasileiras não é o analfabetismo – embora esteja presente em porcentagens relevantes nas faixas etárias de maior idade – mas o abandono precoce da escola, onde receberam, em geral, um ensino de baixa qualidade, que dificulta posteriormente a integração no mercado de trabalho. A maioria dos jovens deixa os estudos para poder trabalhar e ajudar a família. Com o passar do tempo, acabam não voltando à escola e, sem diploma, ficam fora do mercado de trabalho – que exige, cada vez mais, no mínimo o ensino médio. Desempregados, esses jovens passam a ser as maiores vítimas da violência, pois, com baixas chances de se integrarem no mercado de trabalho, são facilmente atraídos para o tráfico.
Um dos principais programas no Rio de Janeiro, é o Telecurso Comunidade do Viva Rio, baseado no Telecurso 2000, um sistema de educação a distância desenvolvido no Brasil pela Fundação Roberto Marinho com recurso da Fiesp, constituído por um conjunto de vídeos acompanhados por livros, originariamente planejado para ser transmitido pela televisão. O Viva Rio participa capacitando monitores e fazendo a supervisão pedagógica, identificação de parceiros locais e a administração geral.
As aulas são ministradas em salas instaladas nas próprias comunidades em parceria com instituições locais. Os alunos recebem ainda aulas de cidadania, sexualidade/Aids e orientação de como entrar no mercado de trabalho. Mais de 60 mil alunos já foram beneficiados por esta iniciativa. As aulas, que acontecem diariamente entre 18h e 22h, são ministradas sempre com a ajuda de um Orientador de Aprendizagem, que orienta os alunos individualmente e faz o acompanhamento dos exercícios propostos pelas teleaulas. O curso completo do ensino fundamental tem duração de dez meses, e do ensino médio, onze meses. O Orientador ainda promove a integração entre os alunos, desenvolvendo e estimulando trabalhos em grupos. Para se inscrever no Telecurso Comunidade, os alunos devem ter mais de 15 anos.
Através de um exame organizado pelo Ministério da Educação, os alunos obtêm diplomas de ensino fundamental e/ou de ensino médio. O sucesso do empreendimento está justamente na simplicidade do programa.

Fonte: "brasil@povo.com - A luta contra a desigualdade na Sociedade da Informação" - Bernardo Sorj

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